MDW23 – Alcova e Atelier LUMA trazem exemplos de ressignificação no design e na arquitetura

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A Alcova é uma plataforma que apoia o design independente e experimental, promovendo, desde o seu surgimento em 2018, a requalificação de espaços em desuso que possuem grande potencial para revitalização e ativação, sem deixar de respeitar e valorizar a história do edifício.
Durante a Milan Design Week 2023, o local escolhido foi o antigo matadouro Porta Vittoria, construído no final do século 18, remodelado nos anos 1930 e que seguiu abandonado desde os anos 1980.

Foram reunidos mais de 100 expositores internacionais, incluindo marcas inovadoras, designers independentes, galeristas, instituições culturais, entre eles os brasileiros do Estudio Rain com sua coleção de luminárias da linha Rícino, já faladas aqui.

Outro participante dessa edição é o Atelier LUMA que apresentou a exposição “Bioregional Design Practices” que traz alternativas sustentáveis utilizando materiais naturais e reaproveitados.

Com sede no Parc des Ateliers, o Atelier LUMA, programa que faz parte do LUMA Foundation, ficou conhecido pela Wall of Salt, uma parede feita com painéis de sal desenvolvida por eles, e que foram instaladas no interior da The Tower, projeto de Frank Gehry.

Todos os objetos e móveis apresentados foram resultados de extensas pesquisas que uniram tecnologia, cultura e sabedoria local, utilizando materiais disponíveis na bioregião de Arles (que inclui os Alpes, Camargue e La Crau). Tal exposição traz reflexões e incentivos aos novos usos que o design pode proporcionar, ideia que é potencializada pela ressignificação arquitetônica do antigo matadouro.

Alguns dos exemplos expostos são estes bancos modulares e a luminária, ambos possuem diferentes formulações que são feitas utilizando materiais que variam entre microalgas, corantes naturais e materiais descartados na região como palha de arroz e azeitonas processadas.

Outro exemplo é esta cadeira, totalmente biodegradável, feita inteiramente à base de cânhamo- desde o plástico da estrutura, até o estofamento, o revestimento do assento e a embalagem que está suspensa.

Os painéis tipo biombo, são feitos de um material à base de palha de arroz, cultivo muito comum na região, onde foram reaproveitados os descartes após a colheita.

Este pavilhão foi totalmente construído com lã cardada e feltrada por agulhas robóticas, que puxam a lã de baixo (de outra cor) para a superfície e assim vão criando os desenhos que remetem a paisagem local. A lã é um material muito comum na região de Arles devido as áreas rurais dedicadas a criação de ovelhas. Saber usar a tradição de forma inovadora também é um dos caminhos para a sustentabilidade.

(Fotos: Winnie Bastian)

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