Maraí Valente cria tapetes inspirados pela cultura indígena

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Modelo Mirações

O contraste entre a forma orgânica da pele bovina e a geometria das pinturas é o ponto forte dos tapetes estampados Pelle, recém-lançados por Maraí Valente. A história começou no final do ano passado, quando a arquiteta participou do curso Design Essencial, de Marcelo Rosenbaum, que, segundo ela, começou a lhe “abrir a cabeça”. A partir dali – e de suas próprias vivências –, Maraí descobriu que “a beleza está no olhar da pessoa, e não na matéria. É no que aquela peça te traz, de inspiração, de sentimento”. Durante o curso, surgiu a oportunidade de fazer uma viagem para explorar o sagrado feminino na aldeia indígena Yawanawá, no Acre. “Para mim, essa experiência foi muito forte. Éramos um grupo de dez mulheres que foram recebidas pela primeira mulher xamã da aldeia, fomos as primeiras a receber as curas dessa xamã”, conta, empolgada. Durante esse processo, um índio chamou a atenção de Maraí: “ele pintava aqueles desenhos que aparecem nas pulseirinhas de miçanga (e que são a representação de elementos da natureza, como árvore, pássaro, etc) em bambus, roupas e outros suportes. À noite, no escuro, durante as cerimônias, as peças dele chamavam muita atenção, de longe”.

Modelo Escamas

Ao voltar para São Paulo, já era a época de festas. Maraí iria participar de um amigo secreto e, inspirada por aquele índio Yawanawá, resolveu pintar um pedaço de pele para dar de presente. O amigo adorou e então ela começou a fazer outras experiências, com peles maiores, outras cores, outros desenhos… assim surgia a coleção Pelle, hoje composta de quatro estampas geométricas: Mirações, Borboleta, Escamas e Onça.
Os desenhos são pintados à mão pela própria Maraí, com tintas à base de água. Os couros utilizados são aqueles de graus B e C, normalmente desprezados pelos curtumes por possuírem marcas como manchas e furos de berne ou de cupim. Em vez de usar química pesada, os couros dos tapetes Pelle são curtidos em material orgânico e não poluente (casca de árvore de acácia) .

Modelo Costela

Cada tapete Pelle é único, pois, apesar de o desenho ser fixo, o suporte sempre varia, dando outra percepção do produto: “o formato é cada vez completamente diferente um do outro, por isso nenhuma Pelle nunca será igual à outra”, afirma Maraí. As estampas estão disponíveis em seis cores: preto, manteiga (um tom quase branco), verde, azul, vermelho e marrom. São três opções de tamanhos: P (aprox. 1,50 x 1,10 m), M (aprox. 2,20 x 1,10 m) e G (aprox. 2 x 1,80 m); peças maiores (aprox. 2,50 x 2,30 m) podem ser encomendadas.
Os tapetes estão sendo lançados a preço promocional na mostra Coletiva, que acontece até este sábado (18/2) na Galeria f 2.8, na Rua Cônego Eugênio Leite, 883, em Pinheiros, São Paulo. Depois disso, as peças estarão à venda na Feira Rosenbaum, de 15 a 18 de março, na Rua Cristiano Viana, 224, também em Pinheiros.

Modelo Borboleta
Modelo Borboleta
Modelo Onça
Modelo Mirações
Modelo Escamas
Modelo Onça

Um comentário sobre “Maraí Valente cria tapetes inspirados pela cultura indígena

  1. Achei que ela copiou até os traços e não só a ideia da AVO /Brit Kleinman … poderia ter tido a criatividade pelo menos nas estampas !
    Acho ok as releituras , mas essa aí foi meio demais !

Os comentários estão fechados.

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