Mezzo escultura, mezzo mobiliário, as peças criadas pelo italiano Daniele Papuli para a galeria Dilmos foram uma das coisas mais impressionantes que vi na semana de design italiana desse ano.

A mostra “Fragmenti” dá continuidade à pesquisa de mais de três décadas do “escultógrafo” — como Papuli se denomina — no uso do papel como material funcional e escultórico. Desde o início dos anos 2000, o artista desenvolve instalações, objetos, esculturas e cenografias para grandes marcas e galerias.


Mas essa é a primeira vez que as peças ganham a escala do mobiliário doméstico e cotidiano. Feitas à mão em um processo minucioso de recortes, dobras e colagens, as peças — mesas, espelho, estantes, painéis, bancos, aparadores e afins — nos levam a refletir sobre nossas relações utilitárias e emocionais com cada objeto.






Se em sua essência o papel é frágil, em Fragmenti “torna-se epiderme, substância e estrutura”, como afirma Daniele Papuli. Impressionante define.




Fotos: Margherita Bonetti / divulgação e DDB.