Nosso comodismo nos custou caro demais. Adotado para tornar a vida mais “prática” ou “confortável”, o plástico descartável – que tem minutos de vida útil nas mãos do consumidor para, em seguida, ser jogado “fora” (não existe “fora”, sabemos) e levar 500 anos ou mais para se decompor – gerou e ainda gera um grande prejuízo ao nosso planeta (estima-se que em 2050 haverá mais plástico do que peixes no oceano – triste!).
Num momento em que somos obrigados a rever nosso estilo de vida, achei bem pertinente compartilhar esse produto, criado pela designer chilena Margarita Talep. O Desintegra.me é um bioplástico de uso efêmero à base de algas, que se decompõe em um período de 2 a 4 meses, dependendo da espessura do material e da temperatura do solo – e pode ser usado para embalar objetos e alimentos secos.
“Como dispensamos o plástico em situações em que seu uso é efêmero e sua utilidade é mínima? Por que usamos um material indestrutível para produtos altamente descartáveis?”. Com esses questionamentos em mente, a ideia inicial de Margarita era que esse biomaterial substituísse os plásticos descartáveis.
O tingimento é natural, feito a partir das cascas de frutas e outros vegetais – os tons acinzentados e azulados vêm da casca do mirtilo e os rosados, da beterraba, por exemplo.
Um pouco depois, a biodesigner desenvolveu Kanten, um estojo para óculos e outros objetos de uso diário, no qual o material é cortado a laser e apenas dobrado. Após testar o estojo “durante meses todos os dias, as reações a diferentes temperaturas, desgaste, umidade, manuseio constante e os pontos de estresse gerados”, Margarita chegou à conclusão que “o material reagiu perfeitamente ao manuseio com ambientes e elementos secos, sem exposição prolongada à umidade, e não apresentou alterações formais ou transformações visíveis ao longo do tempo”.
O @desintegra.me ainda é um protótipo, torço para que chegue ao mercado em breve!
