Os veios de uma árvore conduzem a água e os minerais necessários para mantê-la viva. Essa foi a lógica que motivou o duo Yael Mer e Shay Alkalay, do estúdio Raw Edges, a criar a coleção Endgrain, comissionada por um colecionador e apresentada recentemente no Brussels Design September, na Bélgica. “Nós pensamos que, se a água pode ser transportada ao longo dos veios, nós podemos acrescentar pigmento e pintar completamente um bloco de madeira a partir de seu interior… como aquelas rosas azuis falsas!”, contam os designers israelenses, cujo pensamento “fora da caixa” me conquistou faz tempo. 🙂
Mas o tingimento não foi tão simples: a dupla precisou testar mais de 20 espécies diferentes até encontrar a madeira que se adaptava melhor ao processo de condução da cor. Uma vez definida a espécie, os pedaços de madeira foram mergulhados em água com corante (também foram estudadas diversas misturas). Essas peças foram mesclados a outros sem tingimento e colados, formando blocos com lindos padrões geométricos coloridos, inspirados nos tecidos xadrezes.
Os blocos foram, então, esculpidos por máquinas CNC (controle numérico computadorizado) e, voilà, deram origem a móveis como mesas (de jantar e de centro), escrivaninha, banco, estante… Bacana notar que, conforme os blocos eram esculpidos, a geometria regular dos blocos ia sendo distorcida, gerando efeitos surpreendentes.
A coleção Endgrain é mais um exemplo de que a inovação pode vir (e normalmente vem!) dos lugares mais improváveis.