Arte, design e arquitetura em síntese: ABERTO3

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Casa Tomie Ohtake (foto: Ruy Teixeira)

Essa semana foi inaugurada, em São Paulo, a terceira edição da ABERTO, mostra que tem como proposta apresentar obras de arte e peças de design autoral tendo como cenário – e ponto de partida – casas modernistas incríveis. Depois de ocupar uma casa de Oscar Niemeyer (2022) e outra de Artigas (2023), este ano a mostra se expande e acontece simultaneamente em duas casas brutalistas dos anos 1970: a casa da artista plástica Tomie Ohtake, projetada por seu filho Ruy Ohtake, e a residência criada pela arquiteta Chu Ming Silveira para viver com sua família. Chu Ming, vale lembrar, foi a designer do orelhão, peça de mobiliário urbano onipresente nas cidades brasileiras antes da popularização massiva do celular.

Casa Chu Ming (foto: Ruy Teixeira)

A arquitetura, é importante destacar, não é um mero pano de fundo, mas o ponto de partida para a os curadores Filipe Assis, Kiki Mazzucchelli e Claudia Moreira Salles selecionarem as obras de arte e peças de design. “Essas casas oferecem uma intimidade inesperada, inspirada em designs orientais com tetos baixos que aumentam o envolvimento com a arte, promovendo a contemplação e a interação. Nossa curadoria usa cuidadosamente elementos arquitetônicos – aberturas, ângulos e luz natural – para colocar obras de arte, transformando cada casa em uma tela que combina forma e função para uma experiência imersiva além dos padrões típicos de exposição”, explica Claudia.

Na casa de Chu Ming

(Foto: divulgação)

A residência de Chu Ming, no bairro do Real Parque, destaca-se por sua estrutura nada convencional, pensada para priorizar não só a funcionalidade, mas a experiência de seus habitantes dentro da casa. “Não era uma casa para ser fotografada, mas para ser vivida”, contou Alan Chu (filho mais novo de Chu Ming) há alguns dias, quando visitei a casa. Lá, uma seleção de “masters e arte pré anos 2000” reúne nomes como Abraham Palatinik, Anna Maria Maiolino, Lucio Fontana, Lygia Clark, Amilcar de Castro e Anish Kapoor.

Já no campo do design, Alan Chu apresenta – na casa onde foi criado, super simbólico – uma coleção de móveis e também um chuveiro de jardim. Editados pela ETEL, os móveis (mesa de centro Ian, mesa lateral Uma e castiçal de piso Tina) jogam com o conceito de luz e sombra – a qual, no caso, é a própria estrutura das peças. Divertido e escultórico, o chuveiro – um protótipo fabricado pela Docol em aço inox tubular – tem como ponto de partida os banhos e brincadeiras feitos com as mangueiras de jardim.

(Fotos: Ruy Teixeira)

Na casa-ateliê de Tomie

(Foto: Ruy Teixeira)

Já a casa-ateliê de Tomie Ohtake, no bairro do Campo Belo, é um dos primeiros projetos criados por seu filho, Ruy Ohtake, é um ícone da arquitetura brutalista paulistana e incorpora as cores vibrantes de Tomie. Lá, além de obras de nomes como Adriana Varejão e Luiz Zerbini, estarão expostas obras criadas especialmente para a mostra por artistas como Daniel Senise, Arthur Lescher, Sandra Cinto, Laura Vinci e Marcius Galan. No mobiliário, os Ohtake entram em cena: Rodrigo assina o banco Torso (2018), enquanto Ruy, seu pai, responde pelo design da mesa de centro Cor 120 (1996) e da Namoradeira (1996), todas reeditadas agora pela ETEL.

SERVIÇO

ABERTO3
11 de agosto a 15 de setembro
Ingressos: https://aberto03.byinti.com/#/ticket/
De quarta a sexta 60,00 (inteira) 30,00 (meia entrada)
De sábado e domingo 80,00 (inteira) 40,00 (meia entrada)
Duas casas no mesmo dia: 20% desconto

Residência de Chu Ming Silveira  
Endereço: Rua República Dominicana, 327 – Real Parque, São Paulo
Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h (última entrada 17h)

Casa-Ateliê de Tomie Ohtake
Endereço: Rua Antonio de Macedo Soares, 1800 – Campo Belo, São Paulo
Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h (última entrada 17h)

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