Sabe a sensação de passear por uma floresta, sentindo a luz filtrada pelas copas das árvores e o frescor da água ao nosso redor? Pois é, essa foi a ideia dos arquitetos Brando Posocco e Madhav Kidao, do Nebbia Works, quando projetaram esse pavilhão temporário encomendado pelo Victoria and Albert Museum.
A instalação imersiva Between Forests and Skies é um dos pontos altos do London Design Festival 2021, que termina amanhã na capital inglesa. “O design usa um volume mínimo de material para criar uma estrutura aparentemente delicada, mas robusta, para demonstrar as qualidades únicas do alumínio”, contam os arquitetos.
O pavilhão todo é composto por 27 placas: numa solução inteligente, a própria cobertura é recortada e curvada para formar os pilares. “Como o pavilhão será removido e potencialmente remontado, precisava ser fácil de montar e desmontar, e com o mínimo de impacto”, explicam Posocco e Kidao.
Arquitetura gentil: com as pessoas, o entorno e o meio ambiente
“Trabalhando com o material em placas e usando cortes e dobras, o projeto transforma um objeto 2D em um espaço 3D articulado. A resistência inata do material e o uso de algoritmos para resolver as posições dos apoios permitiram uma estrutura que pousa no solo com o menor impacto possível”, complementam. O projeto foi rastreado desde a extração até a fabricação e instalação. Ao final do uso, o pavilhão será fundido de volta em lingotes de alumínio para dar vida a novos produtos – esse é um motivo para que o pavilhão não tenha sido pintado ou envernizado.
Arquitetura gentil com o meio ambiente e também com o entorno construído: gostei muito do diálogo que eles estabeleceram entre as colunas e recortes do pavilhão e os arcos do edifício do V&A. Afinal, respeito pela arquitetura histórica e ousadia projetual podem – e devem – trabalhar juntos sempre!
(Fotos: Ed Reeve / divulgação)