Jogo de xadrez de Aurelio Martinez Flores ganha reedição

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Me faltam palavras pra definir esse jogo de xadrez criado pelo arquiteto Aurelio Martinez Flores em 1965 e agora reeditado pela Apartamento 61. As formas absurdamente simples e elegantes me ganham completamente, a ponto de que querer até aprender a jogar xadrez só pra poder usar um desses… ☺︎

Martinez Torres (1929-2015) era mexicano e se mudou para o Brasil nos anos 1960, enviado pela Knoll com a missão de acompanhar a produção dos clássicos do design moderno internacional pela brasileira Forma (sob licença da empresa norte-americana), para mobiliar o Palácio da Alvorada e a embaixada dos Estados Unidos.

A previsão era de que a estadia durasse três meses, mas o mexicano acabou trabalhando na Forma por uma década e viveu no Brasil até o fim da vida, não só contribuindo diretamente para o desenvolvimento do design de mobiliário brasileiro quanto influenciando uma geração de arquitetos, tanto com seus projetos quanto por sua passagem como docente pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie nos anos 1970 (foram seus alunos, por exemplo, Isay Weinfeld e Marcio Kogan).  

Resgate e divulgação do modernismo brasileiro

No design, a criação mais famosa de Martinez Flores é uma cadeira na qual um triângulo invertido funciona, ao mesmo tempo, como estrutura e assento – simples e genial, como lhe aprazia. Agora, o jogo de xadrez deve se tornar também mais conhecido. “Com esse projeto reforçamos nosso compromisso com o resgate histórico e com a promoção de nomes do modernismo brasileiro que nem sempre tiveram o devido reconhecimento”, conta Vivian Lobato, sócia da Apartamento 61 com André Visockis.

Serão 25 exemplares nesta reedição – a primeira da galeria, que até então só trabalhava com mobiliário original de época criado por grandes designers modernos brasileiros. O jogo original era feito em Jacarandá da Bahia e Peroba do Campo; a reedição (autorizada e em parceria com a família do arquiteto, que fique bem claro) atualiza as madeiras e usa Ipê e Pau Marfim.

(Fotos: divulgação)

Em tempo: a Apartamento 61 produziu um mini-documentário que conta mais sobre a descoberta e o processo de reedição desse jogo de xadrez, vale a pena assistir:

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