SP-Arte 2020: Jacqueline Terpins, matéria e emoção

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“Quanto menos você desviar a matéria da sua trajetória, mais próximo você estará de uma possibilidade de emocionar”. A fala é de Jacqueline Terpins num filme lançado hoje na SP-Arte Viewing Room, no qual ela fala sobre diferentes tipos de material por um fio condutor: são trabalhados sob alta temperatura.

“Ao longo de todo um percurso trabalhando com matérias-primas eu encontro uma diretriz, e essa diretriz está na alta temperatura, e como ela, ao mesmo tempo que torna a matéria suscetível, ela indica caminhos, ela indica formas, ela sugere — ou seja, estar atenta ao que flui é a grande lição que a matéria-prima me dá.”   

Foi por meio dos seus trabalhos em cristal que conheci Jacqueline, há quase 20 anos — e, já naquela época, adorava ouvi-la falar apaixonadamente sobre ele. “O cristal é a matéria-prima que eu trabalho com a temperatura mais alta. A manipulação se dá entre 900 e 1000 graus e é quando a matéria tem toda a liberdade, enquanto incandescente, de assumir novas formas”, diz.

Não à toa, foi uma peça de cristal que escolhi para mostrar aqui. Este centro de mesa foi inspirado nos Igarapés, ramificações do Rio Negro que permeiam a bacia amazônica. Do tupi “ygara” (canoa) e “apé” (caminho), igarapé significa “caminho de canoa”. 

“Em sua forma que insinua o movimento e aponta para uma direção, o centro Igarapé nasce da reflexão de que nesta estrutura, o caminho da água é o caminho do homem. Aqui, homem e natureza são um só, seguindo o mesmo percurso.”

(Fotos Andrés Otero / divulgação) 

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