Este ano ele completaria um século de existência. Um dos mais influentes designers do século 20, Ettore Sottsass (1917-2007) é hoje conhecido principalmente por ter sido a figura central do Memphis – coletivo de designers surgido em 1981, que contou com a participação de nomes como Michele De Lucchi, Aldo Cibic, Matteo Thun, Andrea Branzi e Shiro Kuramata, e que produziu peças icônicas do design pós-moderno, como a estante Carlton, do próprio Sottsass.
O trabalho de Sottsass no Memphis ia completamente contra as noções do “form follows function” e explorava novas possibilidades de cores, decoração, significado e metáfora no design de móveis e produtos que, em sua visão, tinham como principal função a comunicação com o usuário.
Fato é que Sottsass sempre foi contracorrente, não somente no Memphis. Numa época em que reinava o modernismo, ele rejeitava os princípios do good design, o que o levou a se envolver com movimentos de anti-design, como o Studio Alchimia no final dos anos 1970. E, apesar de trabalhar para grandes indústrias, como Olivetti, Alessi, Knoll, Artemide e Venini, costumava apostar em criações pouco (ou nada) convencionais. Outro exemplo emblemático é a máquina de escrever Valentine, criada por ele com Perry King para a Olivetti em 1969 e que hoje integra coleções permanentes dos principais museus do mundo, como o MoMA e o Design Museum de Londres.
Em homenagem a este criador corajoso, o Vitra Design Museum inaugura nesta sexta-feira (14/07) a exposição Ettore Sottsass – Rebel and Poet, que reúne cerca de 30 criações do italiano, entre móveis, bens de consumos, fotografias e escritos. A mostra fica em cartaz até 24 de setembro, no Schaudepot, edifício assinado por Herzog & De Meuron dentro do Vitra Campus em Weil am Rhein, Alemanha.
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