Inovar é preciso

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Que a inovação é intrínseca ao bom design, acho que ninguém discorda. Ela, a inovação, pode acontecer de várias formas, da mais sutil à mais explícita. E todas são bem-vindas. Mas confesso que tenho uma queda especial por produtos no qual a inovação está escancarada. Principalmente quando eles são criados por jovens designers que, na busca pela inovação, fazem as vezes de inventores e vão experimentando, com poucos recursos, mas com muita criatividade. Tanta, que são capazes de transformar “lixo” em peças incríveis.

Foto: divulgação
Well Proven Chair, criação de James Shaw e Marjan van Aubel

É o caso da Well Proven Chair, criada por James Shaw e Marjan van Aubel a partir de aparas de madeira. Misturando essas aparas com uma bioresina, eles perceberam que acontecia uma reação química que fazia essa mistura expandir de volume, numa espécie de espuma. Assim, descobriram um material leve e moldável, além de forte, já que as fibras da madeira proporcionavam resistência. A mistura recebeu corantes e foi aplicada em um molde, dando forma à concha da cadeira. Detalhe: a única parte lisa é a frente da concha, onde o usuário senta, por razões óbvias. Na parte de trás, ao contrário, os designers fizeram questão de deixar o material falar por si só, e é isso que faz a diferença no visual.

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Detalhe da concha da cadeira
Foto: divulgação
Experimentos com o material, que após algum tempo se expande na forma de espuma
Foto: divulgação
A massa sendo aplicada no molde, antes de sua expansão como espuma
Foto: divulgação
Os designers retirando a cadeira do molde

Essa é só uma das provas que, para um produto trazer alguma inovação significativa, experimentar é vital. E em tempos de crise, quando a indústria é levada a cortar custos – há exceções, claro –, a pesquisa de novos materiais e técnicas costuma ser um dos primeiros setores a sofrer. E é nesse momento experimentos realizados pelos jovens designers ganham ainda mais valor. Felizmente, tem muita gente boa por aí fazendo isso, e com toda a certeza vou voltar a falar nesse assunto aqui no blog.

Foto: divulgação
A cadeira concluída – atenção para o contraste entre a textura lisa do assento e a rugosidade do lado oposto

Pra quem quiser saber mais sobre o processo, vale dar uma olhada no início desse vídeo aqui (até 1:30 min):

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