Yin e yang. Claro e escuro. Leve e pesado. A ideia dos opostos que se complementam e se equilibram me fascina desde a época da faculdade – tanto que mais de uma vez tirei partido desse recurso nas disciplinas de projeto arquitetônico. Mas… ao contrário de outras convicções que eu tinha naquela época, a validade deste conceito permanece intacta para mim.
E eu não estou sozinha nessa, não! Lembrei aqui de uma das passagens do livro “A arquitetura da felicidade”, do filósofo suíço Alain de Botton, que diz assim:
“Por trás do prazer gerado pela justaposição de ordem e complexidade, podemos identificar a virtude arquitetônica complementar do equilíbrio. Quando os arquitetos habilmente encontram um ponto médio entre qualquer oposição – inclusive entre o velho e o novo, o natural e o artificial, o luxuoso e o modesto, e o masculino e o feminino –, eles geralmente produzem belos resultados.”
Pois o equilíbrio é o eixo central da linha Infinity, criada por Fernanda Marques para a Roca em 2019 e premiada com o Best in Show na Expo Revestir daquele mesmo ano e, em 2020, com o Red Dot Design Award. Amanhã, dia 31 de julho, comemora-se o Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista, e por isso a Roca me convidou a criar um post falando sobre essa coleção, criada por uma das mais talentosas arquitetas do nosso país.
Uma coisa leva à outra
Formada em 1988 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (a famosa FAU-USP), Fernanda Marques abriu o próprio escritório em 1990. Atuando com arquitetura e interiores (residenciais e comerciais), ela hoje comanda uma equipe de 40 pessoas e tem projetos realizados em diversas partes do Brasil e também no exterior, em cidades como Miami, Nova York, Londres e Lisboa, entre outras.
Assim como na carreira de tantos arquitetos ao longo da história, a atuação de Fernanda no design começou como um complemento aos projetos de interiores – ela e sua equipe criavam peças para projetos específicos. A partir de 2010, o design foi ganhando importância dentro do escritório e hoje ela assina móveis, joias, revestimentos e objetos decorativos.
Em 2019, veio o convite para desenhar a cuba Infinity, seu primeiro projeto deste tipo. “A escala, muito menor do que estávamos acostumados, foi o maior desafio no sentido de encontrar a proporção mais adequada, de maneira a manter a leveza e o minimalismo que exercitamos na maioria de nossos projetos”, conta a arquiteta.
Tecnologia para materializar a poética
A mescla de linhas retas e curvas suaves e de materiais (cerâmica e metal, presente na grade de apoio para sabão e outros produtos de higiene) dá a tônica do projeto. “Desde o início, expressei meu desejo de trabalhar com texturas e materiais que pudessem se misturar, como a louça e o metal. Quando a minha equipe e eu visitamos a fábrica da Roca, pudemos aprender sobre as tecnologias da marca que nos permitiram materializar nosso projeto para criar um produto com design universal”, revela Fernanda Marques.
“Trouxemos a leveza da louça sanitária, desenvolvida com a tecnologia Fineceramic®, que permite produzir louças com até 5 mm de espessura. E unimos com a resistência e elegância do metal: a grade é utilizada como elemento estético e funcional. O balanço é a expressão da coleção”, pontua. “Depois de visitar a fábrica e conhecer as tecnologias da Roca, percebemos ainda que poderíamos usar uma válvula oculta, o que permitiu um desenho ainda mais elegante.”
Versátil não é sinônimo de impessoal
Buscando atender a projetos de diferentes naturezas e tamanhos, existem três versões de cuba: com 60 cm, 80 cm e 110 cm de largura (esta última combina dois lavatórios). “A ideia foi propor um design universal para que a coleção de cubas se encaixe em diversos tipos de banheiro, desde a suíte da filha até o banheiro do casal”.
As cores são um tema à parte: além do tradicional Branco Brilho, existem mais seis outras cores, todas com acabamento aveludado: sendo Beige, Branco matte, Perla, Grafitto, Café e Onix. “Busquei utilizar a paleta de cores sóbrias da Roca, com acabamento matte. A escolha se deu por permitir criar diversas combinações de acordo com a personalidade dos moradores e dos projetos de interiores. Para os arquitetos, é uma forma de aumentar o leque de possibilidades de criação. Certamente, cada projeto será único”, comemora Fernanda.
(Fotos: divulgação)
*CONTEÚDO PATROCINADO