Direto da Milan Design Week 2025, destaco aqui algumas novidades da Paola Lenti que seguem em duas direções: a natureza como fonte de inspiração e a reedição de peças assinadas por designers modernistas.

No primeiro viés está a poltrona Miriade, criação do Estúdio Campana, que resulta da observação da natureza em seus detalhes mínimos e profusos. Sua estrutura de aço inox recebe uma espécie de manta de tricô almofadado, a qual é composta por elementos desiguais e únicos, mas interligados e atuantes como um sistema, como se fosse uma comunidade de pequenos insetos. Humberto Campana explica – na conversa que tivemos no showroom da Via Giovanni Bovio 28 – que são ‘joaninhas verdes’.


Poltrona Miriade.
Essa peça integra um projeto chamado Metamorfosi, que usa materiais residuais da produção da marca italiana, que seriam descartados, e são produzidos com o auxílio de uma ONG que trabalha com imigrantes africanos. A Maglia Rasata é trabalhada nesse contexto e une os processos industrial e artesanal. A manualidade, afinal, é um legado do Estúdio Campana em sua essência e, segundo Humberto, “cura através do silêncio e da presença”.
Humberto Campana.
Já no âmbito modernista, a marca traz duas reedições que também têm o conforto como fundamento. Légère, poltrona e sofá assinados pelo mestre italiano Angelo Mangiarotti (1921-2012), ganharam uma nova versão têxtil – adaptada à linguagem de Paola Lenti – por sua relevância atemporal revelada na estrutura de madeira e nas almofadas generosas, que lembram as da poltrona Mole, de Sergio Rodrigues.


Poltrona Légère.


Sofá Légère.
Já Azul, de Lina Bo Bardi (1914-92), foi desenhada para a Casa de Vidro e é uma poltrona minimalista com estrutura de metal e percintas aparentes que apoiam as almofadas para assento e encosto. A radicalidade do desenho foi mantida, enquanto os estofamentos ganharam tecidos à prova d’água e uma seleção para uso outdoor.

Poltrona Azul.
Imagens: DDB (ambientadas) e Sergio Chimenti/divulgação (still).