Você já ouviu falar em biocimento? Pois é, eu também não tinha, até ontem, quando fiquei sabendo da existência do bioMASON, um cimento feito a partir de trilhões de bactérias. Sim, você leu certo: bactérias! Trata-se de um material que começou há ser gestado há vários anos, mas que foi se aprimorando com a participação de vários especialistas e só recentemente chegou ao ponto de se tornar um produto comercial, com alto desempenho e custos de produção viáveis.
A ideia é genial: uma alvenaria que é cultivada em vez de fabricada. O conceito surgiu a partir da observação da estrutura dos corais (abaixo): um material cimentício muito duro, criado pela natureza nas temperaturas ambientes do mar, com baixo consumo de energia e material.
A técnica usada para gerar o cimento é a seguinte: grosso modo, a areia é colocada nos moldes dos blocos e injetada com os microorganismos. Então, esta mistura é regada com uma solução aquosa e tem início um processo similar ao que gera os corais (só que milhões de vezes mais rápido). “Eu tenho um longo fascínio pelas estruturas marinhas”, explicou à BBC a arquiteta Ginger Krieg Dosier, idealizadora do bioMASON.
Hoje, depois de vários anos de desenvolvimento – que envolve uma equipe com profissionais com mais de 16 especialidades diferentes, de biologia a arquitetura, de fermentação a engenharia –, os blocos de biocimento estrutural ficam prontos em apenas quatro dias, em média. E com emissão zero de CO2, sem necessitar de queima ou empregar recursos não-renováveis.
Uma alternativa promissora para que sigamos construindo sem tanto impacto ambiental. Torcendo para que chegue em breve por aqui!