Para esta edição da SP-Arte, que acontece até domingo em São Paulo, Jacqueline Terpins levou, além de seus novos móveis e objetos, uma instalação artística que se tornou o centro das atenções no andar dedicado ao design. Mantida suspensa por uma estrutura metálica, uma grande argola de gelo derretia continuamente, simbolizando a passagem do tempo e a finitude de todas as coisas.
Aqui o conceito da peça, nas palavras de Jacqueline:
“Como um instinto de sobrevivência, o ser humano tende a deixar de lado e não olhar com atenção para sua própria finitude. No entanto, ela está aí, presente. O tempo é o nosso Norte, a nossa referência.
Esse trabalho em gelo, que não permanece, propõe-se a ser uma representação desta constante transformação pela qual tudo passa, o homem, os animais, as plantas, mesmo os objetos inanimados.
Aparentemente, o que diferencia o ser humano do restante é a consciência, mesmo que por vezes fugidia, desse processo.
O aspecto efêmero deste trabalho é a sua essência, assim como o incômodo que causa, nós não temos como prever a transformação que ocorrerá. Assim como na vida, a nossa única certeza absoluta é o fim.”
Poesia pura, lindamente materializada (e registrada à altura pelas lentes de Andrés Otero).