O lixo é o único recurso em expansão no planeta, já dizia Buckminster Fuller nos idos dos anos 1960. Nada mais inteligente, portanto, do que utilizar inteligentemente este recurso, não é? Este é o mote da mostra “A reinvenção da matéria”, que integrou a programação da Bienal em Curitiba.
Organizada em torno de dois eixos – Natural e Artificial –, a exposição trata de mostrar exemplos de transmutação de materiais corriqueiros e abundantes (papelão, alumínio, PET, borracha, fibras e sementes) em produtos de naturezas diversas, desde aqueles pautados sobretudo pela funcionalidade (como componentes para automóveis) até outros que são verdadeiros objetos de desejo. A seguir, os produtos que achei mais bacanas no setor Artificial.
Joias criadas por Betina Terepins (SP) em parceria com Domingos Tótora (MG):
na combinação entre papelão e ouro, o “lixo” soma-se ao precioso…
Painel acústico criado por Domingos Tótora (MG)
Lustre de latinhas de alumínio, criação de Leo Piló (MG)
Luminária Enroladão, feita a partir de PET, por Thiana Santos (PE)
Embalagens de jóias em PET e papelão, design Mana Bernardes (RJ)
Montagem simpática na área dedicada ao PET: inúmeras tampinhas
coloridas “recheiam” a parede e criam uma espécie de cobertura
Na parte do Natural, muita coisa bacana: borracha, couro de peixes, sementes e muitas fibras vegetais (banana, tururi, buriti…). A grande surpresa, para mim, foi o Curauá, que é um tipo de abacaxi, natural da Amazônia, cuja folhas se transformam em fibras “quatro vezes mais fortes do que o sisal e dez vezes mais fortes do que a fibra de vidro, além de serem mais leves, flexíveis e macias”, informava a exposição. Versátil, o Curauá tem sido usado na fabricação de papéis, tecidos, esponjas de banho e até mesmo de componentes para a indústria automobilística.
A fibra do Curauá e, ao fundo, as esponjas com ela fabricadas
Peças para a indústria automobilística feitas com fibra de Curauá
Vestido executado com tecido de fibra de Curauá
A mostra “A reinvenção da matéria” tem curadoria de Adélia Borges e fica em cartaz no Museu Oscar Niemeyer até 14/11.
(Fotos @ Designdobom)
Essa parte da Bienal foi uma das que mais me impressionou e impactou! Muito bom o registro, Winnie.
Beijo
Winnie,
Eu estivem em Santiago do Chile em setembro e vi uma exposição no mesmo estilo no Centro Cultural Palacio de la Moneda. Tirei umas fotos bem legais, mas não tenho aqui comigo agora, senão eu te mostrava. Veja o artigo sobre a exposição: http://www.ccplm.cl/index.php?option=com_content&view=article&id=184:diseno-y-reciclaje&catid=55:exposiciones-anteriores&Itemid=8.
Estou adorando teu blog.
Karla
Que legal, Karla, obrigada pela dica!!
E que bom que está curtindo o blog, apareça sempre!
Beijos
😉