Quando se fala de design, uma aura de glamour vem à mente meio que de forma automática. Acontece que o design não é só feito de peças incrivelmente belas, elaboradas, raras ou caras – ou tudo isso junto. Claro que é bacana se admirar um projeto desses, mas também fundamental não perder de vista a importância do design nas pequenas coisas cotidianas, essas que muitas vezes passam desapercebidas, e que, se tivessem recebido o olhar atento de um designer, poderiam tornar nossa vida muito melhor – ou pelo menos facilitá-la um bocado.
Pois então resolvi trazer aqui dois exemplos que considero super bacanas. O primeiro deles é uma criação do Adriano Design, estúdio italiano fundado pelos irmãos Davide e Gabriele Adriano.
O sistema Takaje permite que qualquer vidro de conserva seja reutilizado para guardar alimentos – coisa que nossas avós já faziam. A novidade aqui é que uma bombinha transforma os vidros em embalagens a vácuo, aumentando a durabilidade dos alimentos.
Simples, fácil, econômico, ecofriendly. O que mais se pode querer? O produto foi selecionado para integrar o catálogo ADI Design Index 2011, primeiro volume do ciclo trienal que pré-seleciona os concorrentes ao próximo Compasso d’Oro (2013), a mais importante premiação de design da Itália.
E o outro produto foi lançado recentemente pelo designer suíço radicado nos EUA Yves Béhar e sua equipe do Fuseproject. Na verdade, é mais que um produto: trata-se de uma nova marca, batizada de Sabi, voltada para saúde e bem-estar.
A primeira linha Sabi enfoca o armazenamento e a organização de remédios – um mercado um tanto negligenciado, segundo Béhar. A ideia é tornar mais fácil e agradável a vida de quem precisa tomar remédios todos os dias, e por isso o projeto todo foi feito segundo os preceitos do design universal – ou seja, os produtos devem ser acessíveis a todos os tipos de pessoa, especialmente aquelas com necessidades especiais. Mas, claro, sem esquecer do apelo visual – a estética de hospital, normalmente associada a esse tipo de produto, foi completamente abolida aqui.
Os nove produtos que compõem a linha cobrem diversos tipos de usuários, várias situações diferentes (do uso diário, semanal ou para viagem) e lugares específicos (criado-mudo, banheiro, bolsa). É bacana ver a forma que os produtos assumiram, que remete a outros objetos do cotidiano: uma “agenda” semanal (acima), que toma a forma de um caderno dentro do qual se organizam diversos frascos; uma garrafa cuja tampa inclui um porta-pílulas; um estojo de “canetas” (abaixo), uma para cada dia da semana, e por aí vai…
Dessa forma, os produtos acabam se integrando ao cotidiano das pessoas, ajudando-as a lembrar de tomar os remédios, mas sem o peso que normalmente está ligado a esse ato.
Fico realmente empolgada quando gente talentosa como esses designers se dedicam a esse tipo de projeto. Que sirvam de exemplo e inspiração!
Para ver outros projetos de Yves Béhar já postados no blog, clique aqui, aqui e aqui.
(Via ADI Design Index e FuseProject)
Amei, Winnie! Muito bacana!!!
Béhar parece mesmo viver 30 anos na frente da maior parte da humanidade. E vinte anos mais novo do que todos os designers com essa envergadura…