…e continua crescendo a galeria do “como ninguém pensou nisso antes?” aqui no blog. Agora é a vez da Spiral Eye Needle, uma agulha criada pela norte-americana Pam Turner para facilitar a colocação da linha.
A cena é bem familiar: a pessoa corta um pedaço de linha e se prepara para colocá-lo na agulha. Tenta uma, duas, três vezes (e quantas mais sua paciência permitir), até que desiste e pede a alguém mais jovem para fazer essa tarefa. Pois essa história também acontecia com a mãe de Pam, e nos últimos anos ela própria começou a sentir tal dificuldade. E foi isso que a levou a inventar a “agulha mágica”, que possui uma abertura engenhosa na lateral para permitir que se coloque a linha mesmo sem enxergar quase nada – basta escorregar a linha pela agulha até sentir a fenda. Uma ideia e tanto!
A agulha é especialmente útil para pessoas mais velhas e/ou com alguma deficiência visual ou motora, mas também é muito bem-vinda pelo público em geral. Afinal, colocar linha na agulha (do jeito tradicional) é algo bem chatinho de se fazer, não é?
Embora a criadora dessa agulha genial se considere uma inventora, na minha opinião ela resolveu – perfeitamente, diga-se – um problema de design. Aliás, será mesmo que existe algum limite entre o design e a invenção? A invenção não faz parte do design, afinal? Se buscarmos algumas definições muitíssimo básicas – como no dicionário Houaiss, por exemplo – já podemos ter a certeza que sim, pois a imaginação produtiva ou criadora e a capacidade criativa (algumas das definições existentes para “invenção”) são elementos essenciais na concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário, embalagem, publicação etc.), esp. no que se refere à sua forma física e funcionalidade (uma das definições listadas para “design”).
Assim, vemos uma “designer de primeira viagem” que criou, a partir de diversos estudos e protótipos, um produto que realmente inova em sua funcionalidade. (Após o sucesso com as agulhas de costura, ela agora trabalha no desenvolvimento de agulhas cirúrgias baseadas no mesmo princípio). No caso de Pam Turner, a vivência do problema motivou a busca da solução.
Esse exemplo só comprova uma coisa: é fundamental que os designers criem a partir da necessidade do usuário e não dos produtos já existentes, pois somente dessa forma colocarão a “invenção” a serviço da verdadeira inovação. Mesmo nas coisas mais simples, como uma agulha de costura. Bravo!
(Via Core77 e InventorsEye)
Maravilha, Winnie! Para mim o segredo e o motor do estímulo criativo é esta possibilidade que temos de reinventar, procurar e desenvolver novas soluções. Sem isso, sinto que a vida pode tornar-se vazia e inútil. Todos podemos criar, seja em que área for.